Influência do exercício no controle da dor
Influência do exercício no controle da dor
A redução da dor associada ao exercício, conhecida como hipoalgesia induzida pelo exercício (EIH), é um fenômeno sistêmico que ocorre no corpo humano durante a prática de atividades físicas.
Em termos simples, a hipoalgesia refere-se à capacidade do exercício em reduzir a sensação de dor.
Estudos recentes revelaram que o corpo humano utiliza diversas substâncias para auxiliar na percepção da dor durante e após o exercício, ou seja; diferentes sistemas endógenos (do próprio corpo) são ativados; liberando alguns neurotransmissores, como opioides, óxido nítrico, serotonina, catecolaminas e endocanabinóides.
Essas investigações revelaram que não apenas exercícios aeróbicos, como corrida e natação, mas também exercícios resistidos, podem induzir esse efeito analgésico. Mais do que isso, estudos demonstraram a eficácia da analgesia induzida pelo exercício no alívio da dor associada a diferentes condições, incluindo fibromialgia, dor lombar, neuropatia e osteoartrite.
Essas descobertas têm implicações importantes no entendimento da dor e no desenvolvimento de estratégias de tratamento não farmacológicos.
Redução da dor através do exercício na dor crônica
A dor crônica é uma condição persistente que afeta muitas pessoas em todo o mundo, onde os sintomas dolorosos duram além do tempo esperado de cicatrização após uma lesão ou cirurgia, ou por mais de três meses continuamente.
O exercício é reconhecido como uma parte importante do tratamento da dor crônica, pois pode ajudar a melhorar a função física, o humor e reduzir o risco de problemas de saúde secundários.
O exercício aeróbico parece ter um efeito mais global, enquanto o exercício de resistência pode reduzir mais a sensibilidade à dor localizada.
No entanto, o artigo “Exercise-Induced Hypoalgesia in Pain-Free and Chronic Pain Populations: State of the Art and Future Directions” revela que a resposta ao exercício em pessoas com dor crônica pode ser altamente variável. Alguns estudos indicam que pode ocorrer um aumento na sensibilidade à dor após uma sessão de exercício. Essa sensibilidade aumentada após o exercício pode representar um desafio significativo para a adesão ao exercício; destacando assim a importância de uma abordagem individualizada no tratamento da dor crônica. É fundamental considerar cuidadosamente fatores como o tipo de dor, a sensibilidade à dor e as condições biológicas específicas de cada paciente ao prescrever exercícios como parte do plano de tratamento. Além disso, estratégias educacionais baseadas em neurociência e intervenções cognitivas, como a exposição gradual, podem ajudar os indivíduos com dor crônica a reavaliar a percepção de ameaça associada à dor e ao movimento, facilitando assim uma melhor resposta ao tratamento.
Uma abordagem multidisciplinar e personalizada, que leve em consideração os aspectos físicos, psicossociais e neurobiológicos da dor crônica, é essencial para otimizar os benefícios do exercício para esses pacientes.
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